Começou assim…
Fui visitar meus pais e minha mãe me perguntou se “Dia dos Namorados” era uma invenção nova, pois no tempo em que ela era solteira, ninguém falava disso…

Ainda conversando com minhã mãe me dei conta, que no dia anterior, eu tinha recebido em redes sociais 3 mensagens privadas de novas alunas e amigas que em resumo, lamentavam o fato de estarem sozinhas neste dia tão “SEI LÁ O QUE.”

Aconteceu em seguida, que vi uma postagem de pessoa “Querida,” quase desesperada, como se fosse refugiada, se debatendo no naufrágio, pelo fato de estar sozinha e lançando no mar virtual um pedido: “Amor me encontre!”. Para esta eu liguei, conversei gentilmente sobre as confusas emoções que a atacavam, se estava bem… Se poderia apoia-la em algo, e vi depois para a minha alegria e acima de tudo para a dela, que havia deletado o post.

Nessas associações que começam a acontecer quando qualquer tema está em foco, me lembrei de como era triste quando eu trabalhava com Educação Infantil, ver a dor de órfãos no Dia das Mães… Outra data COMERCIALMENTE incrível. Esta lembrança despertou em mim grande compaixão pelas mulheres.

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Dia os Namorados … De onde vem isso? Em países um pouco mais sérios, o Dia dos Namorados é comemorado no Dia 14 de Fevereiro por conta da morte do Padre Valentim. Mas quem era ele?

Esse padre lutava contra as ordens do Imperador Claudio II – próximo ao ano 230 da era cristã. – Era um período de guerras e o Imperador proibiu que as pessoas se casassem, pois acreditava que os soldados solteiros eram melhores guerreiros. Padre Valentim não só resistiu a esta ordem e continuou celebrando casamentos, como ele mesmo se casou secretamente… Foi então condenado à morte, e enquanto aguardava a sentença, acabou se apaixonando pela filha cega de seu carcereiro, milagrosamente devolveu-lhe a visão e no dia fatídico deixou-lhe um adeus assinado: “Seu Namorado”. E por conta dessa cura, depois foi canonizado como São Valentim.

14 de Fevereiro também é o início dos Lupercais, festas da Deusa Hera (deusa do casamento) e de Pã (Deus da natureza e dos instintos)… Sabe o que os sacerdotes faziam nos Lupercais? Saiam batendo com uma correia de couro nas mulheres para assegurar sua fertilidade… Affie… (E continuam batendo…)

Aí no Séc. XVII os ingleses e franceses adotaram esta data como “Dia dos Namorados” e no século seguinte, os Estados Unidos criou o “Valantine´s Day”… E como coincidia com o acasalamento dos pássaros, os apaixonados deixavam mensagens nas janelas de suas amadas…

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Pois bem e o Brasil, onde entra nisso?

Em 1949 o publicitário João Dória, pai do atual governador de São Paulo com o mesmo nome, estava tentando arrumar uma solução para as baixas vendas no comércio no mês de Junho e fora do contexto dos outros países, escolheu o dia 12 para “Dia dos Namorados”. Pois é… Deu tão certo, que é terceira data que mais aquece o comércio no Brasil, só perdendo para o Natal e Dia das Mães e fizeram uma associação com Santo Antônio, que nada falava em seus sermões sobre casamentos, mas ajudava as moças financeiramente a fazer seus enxovais…

Agora que você já sabe a historinha… Vamos para outro ponto…

Hoje buscando sobre o tema, vi dois sites masculinos dando dicas de “como é fácil pegar uma mulher, ou conseguir sexo fácil próximo a esta data,” visto que a maioria das mulheres sozinhas ficam desesperadas! 

Que horror!!!

Trabalho a muitos anos com grupos femininos e o que mais me encanta e alimenta é ver as mulheres se amando mais e deixando de ser tão emocionalmente dependentes, transformando esta coisa de sentir-se incompletas por estarem sem um “companheiro”.

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E muitas vezes estão só, pois tem a tranquilidade de adiar o desejo e cuidarem de suas metas e propósitos, sem perder energia com relacionamentos que não se alinham com seus valores e sonhos. (Ah! Importante lembar… Isso só é possível se você tiver valores e sonhos e estiver disposta a realizá-los)

Se tornaram muito exigentes?
Que nada!
Estão simplesmente aprendendo a gostar verdadeiramente de si mesmas, se nutrindo com muitos projetos e realizações, descobrindo gostos novos e sabores na vida, estabelecendo relações que nutrem mais, mais afetivas com todos e assim podem olhar de forma tranquila para os caminhos do amor.

Isso é fácil? Sim e Não!

O sim é porque existem coisas maravilhosas a descobrir em si mesmas e no mundo e o não é porque fomos educadas em uma cultura que reproduz o patriarcado e temos crenças muito limitantes tanto individuais como coletivas. Somos atacadas a todo instante por capas de revistas, campanhas outras feitas pela publicidade que não se importam em nada pelo que de fato é valoroso.

E de sobra tem o Tic tac do tal relógio biológico que marca um tempo onde a maternidade se torna perigosa e inviável e o “Dia dos Namorados”, representa o start para construir uma família e tudo mais que vem junto. Muitas de nós não consegue nem sequer imaginar que a maternidade apesar de ser uma sagrada realização, não precisa ser a meta de todas as mulheres e existem outras formas no mundo de gestar, criar e nutrir.

Por favor, não deixe que este dia te ataque! Os lojistas estão muito felizes com todos os namorados e a indústria farmacêutica, também está feliz pois vai oferecer a você um anti depressivo para te aliviar da solidão e a indústria dos cosméticos, da plástica, do culto do corpo, estão a te oferecer N produtos para que no ano que vem seja diferente.

Seja linda… cuide do corpo… Cuide para saber administrar suas emoções, mas não por este motivo… Você é muito mais que o dia dos namorados.

Então escrevo agora para São Valentim…

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“São Valentim, eu e bilhões de irmãs somos filhas de uma cultura encarceradora… que nos deixou cegas para todas as belezas da vida e que nos faz tatear na escuridão e nos sentir miseráveis sendo que somos prósperas nas bênçãos que recebemos, enquanto convida a todos os homens a serem solteiros para lutarem melhor e aumentarem os poderes dos “Césares” e a grandeza da “Roma moderna”.

Devolve a luz a nossos olhos!
Precisamos aprender a ver quem somos, as maravilhas do mundo que nos rodeia, as infinitas oportunidades de ser, de elevar nossa natureza humana, de construir parcerias amorosas entre nós sem a obsessão que o medo da solidão e do fracasso provoca, nem o distanciamento emocional que é alimentado em meio a tantos combates. Ensina-nos a enamorar com o infinito, com cada expressão sagrada na nossa vida e a sermos tudo que podemos SER.

Com amor A Filha Cega da Cultura Carcereira – Sua Namorada.

Dev Swaran

Psicóloga (Joelma Silva) – Atende em psicoterapia individual presencial em Belo Horizonte.  Realiza também mentoria online para questões de relacionamento, sexualidade, autoestima, resolução de conflitos, tecnologias para lidar com ansiedade, depressão e estresse, e outros temas existenciais como parte do projeto “Helper”. 
Com larga experiência, graças a sua vasta formação incluindo 9 especializações internacionais, tornou-se referência estratégias para saúde, bem estar e empoderamento feminino, solução de conflitos através de Constelações familiares, liderança; realiza grupos de desenvolvimento e treinamentos de alto impacto e palestras no Brasil e exterior. Seu treinamento mais conhecido é Ísis – A Mulher que Brilha).